Sociedade Secreta, de Tom Dolby

                Londrino formado em história da arte, Tom Dolby é autor de diversos romances adultos, já tendo também atuado como jornalista e editor.

Sociedade Secreta é seu primeiro livro voltado para o público jovem. Nele, a narrativa é em terceira pessoa e dessa forma somos levados de um lado a outro de Manhattan acompanhando quatro personagens diferentes. Lauren, Phoebe, Nick e Patch, alguns envolvidos com a Sociedade e outros tentando descobrir sobre o que se trata. Existem muitas lendas, mas pouco se sabe sobre o que realmente acontece lá dentro.

“- É assim que funciona: basicamente, a Sociedade pode te ajudar, mas você só consegue tirar dela as mesmas quantidades que você doa para ela.”

O livro é dividido em quatro partes:

Parte I – Renascimento

Introdução sobre a vida das personagens e adesão à sociedade. (129 páginas de besteira – sem mistério algum, apenas a vida dos estudantes.)

Parte II – A Loucura

Personagens já aderiram à sociedade e começam a desfrutar os benefícios de fazer parte do grupo.

Parte III – A Agulha de Cleópatra

Acredito que a intenção do autor era que o suposto “mistério” começasse a se intensificar aqui, mas não acho que ele tenha de fato conseguido. As personagens descobrem coisas que nós já sabíamos (e que eles deveriam também já saber, mas não perceberam. Burrice? Cegueira? Quem sabe.)

Parte IV – O Poder dos Quatorze

Resolução do mistério. Tirando, é claro, o fato de que não há mistério! Desde o começo sabemos tudo o que está acontecendo. É tudo muito previsível e o fechamento da história foi, em minha opinião, ridículo. O autor deu certas justificativas que simplesmente não colam e a história simplesmente não desenvolveu.

A tal da “Sociedade” me pareceu ser uma espécie de “Maçonaria”. Reuniões secretas, você supostamente não deveria falar pra ninguém sobre ser um membro (apesar de que atualmente na maçonaria muitas pessoas admitem publicamente serem membros) e etc. A diferença aqui é que a Sociedade aceita tanto homens quanto mulheres e nós sabemos que a Maçonaria existe e a Sociedade é conhecida apenas como uma lenda.

Preciso ser sincera e dizer que não gostei. Por diversas vezes eu parei a leitura e disse “WTH? Que porcaria é essa?”.

Pontos negativos:

Coisas desnecessárias que eu não quero saber.

Parece que algumas coisas foram escritas para “encher lingüiça”. Como falar que a pessoa acordou depois do meio-dia com a luz do sol do meio dia entrando no quarto porque a pessoa esqueceu de fechar as cortinas.

Não sei se foi porque eu já estava irritada por não estar gostando do livro, mas a repetição de palavras em frases inúteis me irritou muito mesmo.

Mais um exemplo: “[...] deu uma mordida em seu bagel depois de tê-lo recheado com alface, tomate e a famosa salada de atum do Gertie. [...] comeu seu bagel, olhando para a silhueta formada pelos prédios de Manhattam [...]”

Não sei vocês, mas eu não quero saber o que o cara colocou dentro da “bagel” dele. Não sei se vocês entenderam meu ponto, mas é mais ou menos isso: Meio-dia, meio-dia, comer bagel, comer bagel... As coisas se repetem sem necessidade. Tipo “Opa! Vamos repetir o que a pessoa acabou de fazer pra ver se dá mais caracteres no final.” Mas não foi só duas ou três vezes, as coisas se repetiram várias vezes durante o livro, deixando tudo muito cansativo e confuso. Então digo de novo: pode ter me irritado porque eu já estava irritada.

A idéia da Sociedade é válida. Teoricamente, toda aquela áurea de mistério, com várias classes dividindo os membros da sociedade, as pessoas não sabendo sobre quando será a próxima reunião e etc. seriam ótimas para um bom livro de mistério, mas o autor não soube explorar o que tinha em mãos. Basicamente o livro não tem conteúdo algum, os personagens são fracos e mostram apenas suas mentes fechadas em não perceber o que “estava de baixo de seus narizes”, além do super egoísmo em seus pensamentos. O mistério, se é que existe, só aparece mesmo no final e é “resolvido” com uma desculpa muito esfarrapada. E “resolvido” entre aspas porque nós já sabíamos o que tinha acontecido.

 Na última página eu disse: “O que? Acaba assim? Que ridículo! Não acredito que perdi meu tempo lendo isso!”. (E a revolta foi tanta com uma história que eu achei tão fraca que eu cheguei mesmo a reclamar em voz alta).

O livro ao menos trouxe uma lição de moral muito importante: Nunca julgue um livro pela capa.

Classificação

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